Era
também babalawo (sacerdote Yoruba) que dedicou a maior parte de sua
vida ao estudo da diáspora africana - o comércio de escravo, as
religiões afro-derivadas do novo mundo, e os fluxos culturais e
econômicos resultando de e para a África.
Após
a idade de 30 anos, depois de perder a família, Pierre Verger exerceu a
carreira de fotógrafo jornalístico. A fotografia em preto e branco era
sua especialidade. Usava uma máquina Rolleiflex que hoje se encontra na
Fundação Pierre Verger.
Seus destinos incluíram:
Taiti (1933)
Estados Unidos, Japão e China (1934 e 1937)
Itália, Espanha, Sudão, Mali, Níger, Alto Volta (atual Burkina Faso), Togo e Daomé (atual Benim) 1935)
Índia (1936)
México (1937, 1939, e 1957)
Filipinas e Indochina (atuais Tailândia, Laos, Camboja e Vietnã, 1938)
Guatemala e Equador (1939)
Senegal (como correspondente, 1940)
Argentina (1941)
Peru e Bolívia (1942 e 1946)
Brasil (1946).
Taiti (1933)
Estados Unidos, Japão e China (1934 e 1937)
Itália, Espanha, Sudão, Mali, Níger, Alto Volta (atual Burkina Faso), Togo e Daomé (atual Benim) 1935)
Índia (1936)
México (1937, 1939, e 1957)
Filipinas e Indochina (atuais Tailândia, Laos, Camboja e Vietnã, 1938)
Guatemala e Equador (1939)
Senegal (como correspondente, 1940)
Argentina (1941)
Peru e Bolívia (1942 e 1946)
Brasil (1946).
Na
cidade de Salvador, apaixonou-se pelo lugar e pelas pessoas, e decidiu
ficar. Tendo se interessado pela história e cultura locais, ele virou de
fotógrafo errante a investigador da diáspora africana nas Américas. Em
1949, em Ouidah, teve acesso a um importante testemunho sobre o tráfico
clandestino de escravos para a Bahia: as cartas comerciais de José
Francisco do Santos, escritas no século XIX.
As
viagens subsequentes dele são enfocadas nessa meta: a costa ocidental
da África e Paramaribo (1948), Haiti (1949), e Cuba (1957). Depois de
estudar a cultura Yoruba e suas influências no Brasil, Verger se tornou
um iniciado da religião Candomblé, e exerceu seus rituais.
Definição de Verger sobre o candomblé: "O
Candomblé é para mim muito interessante por ser uma religião de
exaltação à personalidade das pessoas. Onde se pode ser verdadeiramente
como se é, e não o que a sociedade pretende que o cidadão seja. Para
pessoas que têm algo a expressar através do inconsciente, o transe é a
possibilidade do inconsciente se mostrar".
Durante
uma visita ao Benin, ele estudou Ifá (búzios - concha adivinhação), foi
admitido ao grau sacerdotal de babalawo, e foi renomeado Fátúmbí ("ele
que é renascido pelo Ifá").
As
contribuições de Verger para a etnologia constituem em dúzias de
documentos de conferências, artigos de diário e livros, e foi
reconhecido pela Universidade de Sorbonne que conferiu a ele um grau
doutoral (Docteur 3eme Cycle) em 1966 — um real feito para alguém que
saiu da escola secundária aos 17.
Verger
continuou estudando e documentando sobre o assunto escolhido até a sua
morte em Salvador, com a idade de 94 anos. Durante aquele tempo ele se
tornou professor na Universidade Federal da Bahia em 1973, onde ele era
responsável pelo estabelecimento do Museu Afro-Brasileiro, em Salvador; e
serviu como professor visitante na Universidade de Ifé na Nigéria.
Verger
se apaixonou pela Bahia lendo "Jubiabá" e se tornou amigo das maiores
personalidades baianas do século XX, como o próprio Jorge Amado, Mãe
Menininha do Gantois, Gilberto Gil, Walter Smetak, Mário Cravo, Cid
Teixeira, Josaphat Marinho, dentre outros notáveis. Seu trabalho como
fotográfo influenciou notadamente nomes consagrados da fotografia
contemporânea, como Mário Cravo Neto, Sebastião Salgado, Vitória Regia
Sampaio, Adenor Gondim e Joahbson Borges, este o seu último assistente,
apontado pelo próprio Verger como sucessor natural.
Na
entidade sem fins lucrativos Fundação Pierre Verger, em Salvador, que
ele estabeleceu, continuou seu trabalho. Ali estão guardados mais de 63
mil fotografias e negativos tirados até 1973, como também os documentos
dele e sua correspondência.
No
Brasil, foi homenageado como tema de carnaval (Rio de Janeiro, 1998) do
GRES União da Ilha do Governador, cuja letra fala da Trajetória de
Pierre Verger a Fatumbi.
Em
2000, Lula Buarque de Holanda dirigiu o documentário biográfico Pierre
Fatumbi Verger: Mensageiro Entre Dois Mundos[1] . A narração é de
Gilberto Gil, que mostra a relação do etnólogo com a Bahia, a África e o
candomblé por meio de suas fotografias, livros e anotações. Há
passagens com Jean Rouch, Zélia Gattai, Jorge Amado, entre outros.
Inclui entrevista com Verger um dia antes de sua morte.
Jornalista: Paulo Ricardo
Jornalista: Paulo Ricardo
Sem comentários:
Enviar um comentário