As atividades da casa de candomblé da mãe de santo Vilma Santos de
Oliveira, mais conhecida como Yá Mukumby, serão encerradas em breve. A
líder religiosa foi assassinada no dia 3 de agosto do ano passado, junto
com mais três pessoas: sua mãe, Allial de Oliveira dos Santos, 86 anos;
sua neta, Olivia Oliveira Santos, 10 anos, e Ariadne Benck dos Anjos,
48 anos, mãe do
assassino Diego Ramos Quirino.
A decisão de fechar as portas do terreiro foi tomada pela família da yalorixá. Em entrevista ao Bonde,
Gislaine Helena Santos de Oliveira Rodrigues, filha de Vilma, afirmou
que a mãe não deixou sucessora para dar prosseguimento aos trabalhos.
"Eu já havia conversado com ela e a questionei sobre o que faríamos caso
acontecesse algo. Ela mesma disse para despachar tudo e é o que eu
estou fazendo", afirma. "Eu não sou do candomblé, então não tem motivos
para continuar com esse império. Estou esperando resolver as questões
burocráticas para me desfazer de tudo e mudar daqui", completa.
Os rituais de encerramentos estão sendo conduzidos por adeptos
da religião, ou como são chamados, filhos de santo da yalorixá. Fátima
Beraldo, que exerce uma das funções de responsabilidade da casa, afirma
que o processo já está em última etapa, pois foi preciso esperar um
tempo para que a família digerisse o choque da chacina. "Ela ficou
extremamente abalada e desamparada, não só porque a Dona Vilma era
referência de vários movimentos e organizações, mas também a líder da
família".
Ainda de acordo com Fátima, a possibilidade de transformar a casa em um
centro de referência cultural foi cogitada, mas acabou descartada por
questões jurídicas da partilha de bens.
O Ilê Axé Ogum Megê foi fundado em 1968, quando Dona Vilma tinha
apenas 18 anos de idade. Ela realizava os rituais e celebrações em sua
casa, localizada na rua Olavo Bilac, no Jardim Champagnat, em Londrina.
Mais tarde, a sede foi transferida para Cambé.
Yá Mukumby nasceu em Jacarezinho, região Metropolitana de Londrina, em 17 de julho de 1950 e veio para Londrina 11 anos depois.
Coletivo "Por Amor a Yá Mukumby"
A perda de uma das mais importantes líderes do movimento negro
em Londrina fez com que diversos amigos da mãe de santo se mobilizassem
para dar continuidade ao seu legado.
Poucos dias após a chacina, professores, artistas, jornalistas e
outros profissionais formaram o coletivo "Por Amor a Yá Mukumby". Desde
então, várias ações estão sendo realizadas e planejadas.
No dia 2 do próximo mês, uma manifestação popular vai cobrar
agilidade no processo contra o acusado. "Não queremos que o caso caia no
esquecimento", justifica José Mendes, líder do grupo. "Além de
abordarmos a questão da intolerância religiosa, vamos protestar contra o
feminicídio, pois além da Dona Vilma, mais três mulheres foram
assassinadas".
O ponto de partida do protesto será o Calçadão Central, em
frente ao Banco do Brasil, com término na Concha Acústica "Convidamos
toda a comunidade de Londrina e do Paraná a se unir e dar um basta nessa
violência", diz Mendes.
Outro evento organizado pelo coletivo é "O Segundo Samba da Yá",
evento musical criado pela líder religiosa no ano passado. "A primeira
edição foi um sucesso e queremos repetir", explica Mendes. A
apresentação será realizada no dia 9 de agosto, no Cemitério dos
Automóveis, com atrações musicais a serem definidas em breve. O dinheiro
arrecadado será revertido para a família de Vilma.
Lançamento de livro
Uma coletânea inédita, com textos dos participantes da Semana
Nacional da Consciência Negra, realizada na Universidade Estadual de
Londrina (UEL) no ano passado, também será lançada em agosto.
Organizado por Maria Nilza da Silva, docente de Sociologia da
UEL e coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), e Jairo
Queiroz Pacheco, professor do departamento de História da UEL, o livro
trará contribuições do escritor londrinense Bernardo Pellegrini, do
Promotor de Justiça Paulo Tavares, entre outros profissionais que apoiam
a causa.
A publicação terá cerca de 200 páginas e é uma iniciativa do
Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UEL. Informações de serviço também
serão divulgadas pela organização posteriormente.
Fonte: http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-3--908-20140727
Jornalista: Paulo Rebelo
Fundado dia 10 de Agosto de 2014 para você que é Umbandista de Raiz e verdadeiro(a). Este Jornal terá a LIBERDADE DE EXPRESSÃO sobre diversos assuntos sobre as Religiões. Este Jornal está sobre a responsabilidade da FEDERAÇÃO ESPIRITA GUARDIÕES DA LUZ de AÇORES PORTUGAL e se rege sobre as leis de liberdade Constitucional Portuguesa e dos Direitos do Homem. ATENÇÃO: A Publicidade que é apresentada não é de nossa responsabilidade, é o patrocinio da Google.
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